quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

UM VINHO COM BOA RELAÇÃO CUSTO BENEFÍCIO SEGUNDO UM MATEMÁTICO


Na semana passada encontrei um amigo de que não via há muito tempo. Após papo inicial tipo o que tem feito, tem visto fulano, como vão os filhos, etc...ele falou, quase em tom de confidência, que tinha feito três módulos do curso de sommelier. Por educação, pois a minha praia é cerveja, demonstrei interesse e fiz uma pergunta banal para ser agradável. Esta foi à senha que aproveitou para despejar com incontida satisfação todo o seu conhecimento sobre o assunto ou, mais provável, o que decorou do curso que realizou. 

Informou-me que o vinho tannat apresenta boa cor e excelente estrutura, possuindo sabor frutado, com leve passagem pelo carvalho, que lhe confere equilíbrio e complexidade. Já o malbec apresenta bom corpo e acidez balanceada. Sem dar tempo para dizer que estava com pressa e tinha que ir, ele arrematou dizendo que o seauvignon blanc é uma uva que produz um vinho seco, encorpado, de aroma herbáceo, sabor marcante e amargo que amadurece muito bem na garrafa, mas é extremamente sensível à podridão.

Devia ter notado minha impaciência para ir embora assim para finalizar o papo falou baixo em tom de confidência que se quisesse comprar um vinho com boa relação custo benefício que fosse ao Lidador que naquela semana estava fazendo uma super promoção do vinho Macarena safra 2003 por apenas R$150,00. Este vinho ganhou em 2013 a medalha de prata, categoria cabernet, dada pela Association de la Personne qui Pensent qu'ils Savent Vin.

Fiquei curioso e perguntei se a relação era 0,5. Ele disse que não, que o vinho era excelente e a relação deveria ser no mínimo, parou para pensar, 4. Aí foi a minha vez de replicar. Se a relação é 4 não vale a pena comprar, pois o vinho devia ser muito ruim, se ainda fosse 0,8 eu poderia pensar no assunto. Como ele ficou desconcertado com a minha resposta tive que explicar que encontrar o resultado da relação custo/benefício para o vinho era bastante complexo pois o custo era objetivo R$150,00, por exemplo,  mas o benefício era subjetivo e varia de pessoa a pessoa. Desconsiderando fatores subjetivos, argumentei que se o vinho custa R$150,00 e a pessoa achou  o vinho mais ou menos, matematicamente pode-se dizer que o benefício foi 75,  a metade de 150. Assim a relação custo - R$150,00 dividido pelo benefício - 75 é dois, em contra-partida se o prazer é o dobro, no caso 300- a relação é 0,5, assim quanto mais próximo de zero melhor a relação custo benefício.

Ao ouvir isto balançou a cabeça incrédulo e desanimado dizendo que isso iria causar muitos problemas para ele. Imagina recomendar um vinho para amigos dizendo que a relação custo benefício era 0,2, ninguém vai comprar, vão desqualifica-lo e ainda rir dele. Eu insisti  que não haveria nenhum problema para dizer isto e manter a credibilidade em alta ao falar que vinho perfeito era aquele que a relação fosse zero ou a mais próxima deste número. Dada a impossibilidade matemática de se ter uma relação ótima- zero - os sommeliers teriam que entender e utilizar o cálculo matemático de Limites com x tendendo a zero, operação bastante simples e onde x é igual a relação custo benefício.

Peguei um bloco na minha pasta e escrevi para ele mostrar para os amigos da confraria a fórmula para se avaliar se o vinho tinha uma boa relação custo benefício, ou seja o vinho perfeito:

(1 + ax)^(1/n) = 1 + ax/n + o1(x), sendo o1 uma função tal que o1(x)/x → 0 quando x → 0.
Analogamente

1 + bx)^(1/n) = 1 + bx/n + o2(x), sendo o2 uma função tal que o2(x)/x → 0 quando x → 0.

Supondo-se a ≠ b (se a = b o limite é trivialmente nulo), para todo x ≠ 0 no domínio da função, temos então que 

{ [ (1 + ax)^(1/n)] - [(1+bx)^(1/n)] } * 1/x
{1 + ax/n + o1(x) - 1 - bx/n - o2(x)} * 1/x = 
(a- b)/n +o1(x)/x - o2(x)/x. Logo, 

lim x → 0 { [ (1 + ax)^(1/n)] - [(1+bx)^(1/n)] } * 1/x = (a - b)/n + 0 - 0 = (a - b)/n.

Mostrei o papel dizendo que através daquela fórmula ele teria condições de avaliar, sem erro, se valia a pena comprar o vinho considerando a relação custo benefício, e, conforme a resposta, recomendar aos melhores amigos.

Ele agradeceu, pegou a folha de papel onde escrevi a equação falou que tinha compromissos urgentes que precisava ir e foi embora com passo rápidos, sem deixar o telefone.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

BRASIL UM PAÍS SURREAL

CUSTO DOS ESTÁDIOS: COMEÇOU COM R$ 3,8 BI,
 PASSOU PARA R$5,4BI E ESTÁ EM R$8BI
Existe certa de satisfação - eleitoral -por parte dos governantes quando falam dos benefícios da Copa do Mundo, ou como gostam de falar, o legado que será deixado nas cidades que se situam na rota da Jules Rimet que, para quem não sabe, é o nome da taça da Copa.  

Distribuídas em obras diversas, a maioria de mobilidade urbana, foram previstos gastos de R$22bilhões, alem de R$8 bilhões na construção ou reforma dos estádios, perfazendo R$30 bilhões.

Constatação Surreal 1- Foi preciso o país sediar uma Copa do Mundo e Olimpíada para os governantes fazer o que tem que ser realizado há décadas, independente de Copa, considerando apenas os interesses e necessidades de uma classe pela qual não nutrem muita simpatia, porque só faz reclamar e atrapalhar: o povo.

Constatação Surreal 2- Para investir R$22 bilhões em obras de infraestrutura, vão torrar adicionalmente R$8 bilhões, 37% a mais, em inúteis e dispensáveis estádios, como Manaus, Natal e Cuiabá, sem falar do estádio Itaquerão do Corinthians em SP, cidade que já conta com  o Pacaembu e Morumbi. Alias no Itaquerão além dos R$900 milhões tem que ser computado mais alguns milhões em incentivos fiscais doados pelo contribuinte paulista, incluindo os componentes da torcida Mancha Verde do Palmeiras. E o que dizer do Rio de Janeiro.O velho Maraca, que atendia razoavelmente bem as necessidades, com uma meia sola nos banheiros e melhoria da das acomodações ficaria no ponto para os torcedores, mas certamente, não atenderia o padrão FIFA. Por conta da Copa ele foi abaixo, só ficando a casca.  Quem vai pagar o empréstimo feito ao BNDES? Os empreiteiros que assumiram o estádio? O governo? Não, será o contribuinte fluminense (e flamengo, vasco, botafogo, bangu e também a turma dos sem time).

Constatação Surreal 3- Os governantes alardeiam que os altos investimentos que estão sendo realizados na construção de novos hotéis são decorrentes das Olimpíadas e Copa.Alguém em sã consciência acredita que um empresário irá investir R$40 milhões num hotel apenas por causa de dois meses de alto faturamento, um na Copa 2014 e outro na Olimpíada 2016? 

Constatação Surreal 4- Os governantes para obter verbas para fazer obras públicas conseguiram, via lobby político, emplacar a capital do estado dentre as doze cidades que irão sediar a copa. Assim cidades como Natal, Manaus e Cuiabá irão fazer algumas obras públicas pagando pedágio equivalente ao custo da construção de estádios caríssimos que ficaram ociosos após a Copa. Este pessoal merece o Prêmio Nobel de Economia e eleitos homens de visão do ano (ou década) pela Associação dos Empreiteiros.

Constatação Surreal 5-Já imaginou se os R$8 bilhões dos estádios fossem investidos em qualificação profissional e no apoio aos pequenos negócios Brasil afora? Para dormir tranquilo, é melhor não pensar.

Constatação Surreal 6- Pereira Passos e Carlos Lacerda não precisaram de nenhum evento esportivo para realizar as grandes intervenções urbanas no Rio de Janeiro, a motivação era fazer o que tinha que ser feito, só isso, e, aqui entre nós, deixaram um legadão.

Constatação Surreal 7 “A Copa vai projetar o Brasil no exterior”. Nisto eu concordo plenamente, a Copa está projetando no exterior toda a nossa incompetência gerencial, corrupção, violência urbana e problemas sociais.

Constatação Surreal 8- Esta é derivada da anterior “A Copa vai trazer turistas para o Brasil”. Reduzir a violência urbana, a poluição das praias e problemas sociais e, de quebra, melhorar os aeroportos, é o melhor marketing que se pode fazer para se atrair mais turistas, bem mais eficiente do que se fazer a Copa do Mundo.

Constatação Surreal 9- Esta é a mais melancólica. Quando começar a Copa, nada do que foi escrito acima será considerado importante ou lembrado pelo povão, ainda mais se o Brasil ganhar o campeonato.

Quanto a mim estou pensando seriamente em imigrar para a Macondo de Garcia Marques, cidade onde ocorrem coisas absurdas, mas nada comparado ao que está acontecendo na Terra de Vera Cruz.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

DOMINGOS PINTO BROCHADO: UMA ESTÓRIA DE SUPERAÇÃO

 PINTO BROCHADO É ADMIRADO EM UNAÍ
Dando sequencia ao jornalismo bicolor deste blog que se caracteriza pela militância verde e imprensa marrom, descobrimos, após meses de pesquisa, a cidade onde viveu a pessoa que pode ser considerada o patriarca, quase padroeiro, daqueles que sofrem de disfunção erétil. Seu nome é Domingos Pinto Brochado que  no século XIX fundou a cidade de  Unaí, localizada no oeste mineiro. Depois de passar por grandes dissabores na infância e adolescência, é hoje uma das pessoas mais reverenciada pelos habitantes do município, que em reconhecimento ao trabalho realizado em favor da  cidade deram seu nome a uma escola local.

Não se sabe por quê os pais relutam em colocar os filhos nesta escola, cuja camisa branca do uniforme traz escrito o seu nome, que, como é grande, foi abreviado para Escola Estadual D. Pinto Brochado. Talvez o problema seja  o fato de considerarem que a escola não é muito rígida no ensino, pois ninguém leva pau.

A vida de Pinto não foi fácil, teve que ter muita força espiritual para vencer o preconceito, tendo sido a primeira pessoa no mundo a ser estigmatizada desde a nascença devido aos problemas causados pelo seu nome. Na escola os colegas zombavam dele, faziam piadas, e ele, deprimido, só andava com a cabeça baixa, não a levantava de jeito nenhum, nem mesmo quando recebia incentivo das amiguinhas. Era conhecido na sala como Brochado, pois na turma havia outro Domingos. Quando a professora fazia a chamada e gritava Brochado ele corava, não sabia onde enfiar a cabeça. 

A chacota era recorrente em todos os lugares que ia, e isto o deixava deprimido e com traumas psicológicos, o que fez com que ficasse com o pinto brochado de fato. O nome e a situação passaram a ser uma coisa só, companheiros inseparáveis.

Mas Pinto Brochado foi crescendo e, dada a sua obstinação e força de vontade, venceu todas as barreiras, que não eram poucas, pois naquela época Brochado fazia parte de uma minoria, hoje não mais, se formou em contabilidade e se tornou um próspero comerciante e ativista comunitário.

Com trinta e cinco anos se casou com Maria Carmen, que conheceu na missa, pertencente a tradicional e rica família Bulhões do Rego, professora primária, prendada, católica fervorosa e, mais importante, assexuada, ou seja, casamento perfeito, pois juntou a ambição e disfunção erétil de Pinto Brochado com a fortuna e a assexualidade de Maria Carmen. Depois de casada passou a ser conhecida na escola que dava aula como Professora Bulhões do Rego Brochado.

A associação do município ao problema de brochura do seu fundador, feita jocosamente no decorrer dos tempos pela população regional, acabou, a longo prazo, se constituindo na maior fonte de renda e empregos da cidade, pois diversas clínicas do Brasil e exterior que tratam disfunção erétil, numa jogada de marketing, se instalaram na cidade, tendo sido construídos diversos SPAs para tratar o problema e criado um grupo de autoajuda denominado BA - Brochas Anônimos, no gênero, o primeiro no mundo. A atividade está se desenvolvendo tanto que o SEBRAE está analisando a possibilidade de criar no município o APL da Disfunção Erétil.

Devido a Pinto Brochado, Unaí é hoje uma cidade próspera cuja principal atividade é o turismo sexual, as pessoas vão lá para se tratar do problema. Em apenas dez anos foram construídos mais de quize hotéis e pousadas, restaurantes, o comércio se expandiu e a área de prestação de serviço igualmente cresceu. Tudo isso só foi possível graças à determinação, empreendedorismo e visão de Domingos, que mesmo de cabeça baixa enxergava o futuro.
SEU ANTÔNIO FELIZ  COM A NOVA NAMORADA
 APÓS SE TRATAR NUM SPA DE UNAÍ



                                                   

REFLEXÕES BARATAS MUDA LINHA EDITORIAL!

MUSA DO BLOG
Comunicamos que devido ao reduzido número de acessos e por ter sido considerado um dos piores blogs do ano, a partir de hoje  passamos a adotar uma pauta mais moderna e sintonizada com os reais anseios sociais da população que é fofoca, futebol e sexo. Este tripé – calma, não se excite, nada haver ainda com a pauta sexo - norteará a sua linha editorial e, se por acaso, aparecer algum artigo fora destas pautas, é porque o jabá correu solto e o editor, na pindaíba, não está em condições de rejeitar. 
No Brasil é duro ser honesto, ou melhor, tá cheio de honesto duro e, segundo os biólogos, a raça está em extinção. O governo está estudando  criar uma reserva biológica e levar para lá alguns honestos machos e fêmeas para ver se eles se reproduzem. Existe um impasse para o projeto começar, pois a oposição afirma que o custo das obras da reserva foi super dimensionado pelo governo  
Vade retro. Ave Maluf. 

                                      


       

                                 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

OS BLACK BLOCS E OS DEFORMADORES DE OPINIÃO

CAETANO BLCK BLOC VELOSO
O brutal atentado à bomba cometido pelos Black Blocs que matou o cinegrafista e correspondente de guerra nas manifestações do Rio de Janeiro da Band Santiago Andrade, mostra, para quem ainda duvidava, a face fascista e criminosa do grupo. O local onde o cinegrafista foi implodido pode ser considerado campo de batalha, pois os Blacks vão para a rua armados de coquetéis molotov, bombas incendiárias, porretes e usam máscaras a prova de gás lacrimogêneo. Saudades das manifestações populares da época da ditadura militar.

O pior é que alguns intelectuais viam – e veem- caráter ideológico nas ações levadas a curso por este ajuntamento de bandidos, não sei se por se considerar cult se acham na obrigação de ter sempre uma ideia polêmica, diferente do senso comum que norteia a maioria dos mortais que leem seus artigos ou assistem aos seus shows, explorando o marketing da polêmica.  Não que a opinião da maioria seja sempre correta, vide os governantes que ela elege, mas algumas coisas são injustificáveis, caso da violência.

O apoio dado por estes intelectuais e alguns políticos a “ideologia” Black Blocs ou a outro posicionamento bandido travestido com capa falsamente social é, no fundo, o maior aliado do Deputado Capitão Bolsonaro. Toda vez que esta galera abre a boca ou escreve artigos com posicionamento heterodoxo, aumenta o Ibope do deputado junto à maioria silenciosa.  Pouco a pouco, graças a alguns “deformadores de opinião”, o país vai se bolsonarizando. O capitão agradece.

Muitas ONGs devem estar pesarosas porque a bomba que matou o cinegrafista não partiu da PM e sim dos manifestantes. Se tal tivesse acontecido, mesmo que não morresse mas fosse ligeiramente ferido, reforçaria a tese que à PM é formada por um monte de brucutus – não se nega a sua falta de preparo para lidar com este tipo de manifestação – e, adicionalmente, consolidaria a opinião que o movimento Black Blocs deve ser apoiado na sua luta contra aqueles que são coniventes com o establishment, sendo estes os principais: governos – qualquer um - banqueiros, empresários, jornaleiros - só pode ser, eles vandalizam todas bancas de jornal - e o povo, pois ao incendiar trens, ônibus e metrô o maior prejudicado é a população, o que sinaliza todo o ódio e desprezo que o Black nutre contra o povão.

No dia 30/01 publiquei neste blog um artigo denominado “Comprovado os Alienígenas Estão Entre Nós” que no final faz uma critica as pessoas que acreditam nas boas intenções ou ideologia dos Black Bloc. No dia 08 de setembro de 2013, no calor das manifestações de rua, escrevi uma carta endereçada a Caetano Veloso que não está neste blog, pois ele é novo e, pelo andar da carroça, terá morte prematura, onde teço alguns comentários em relação ao artigo que escreveu explicitando a sua indignação em relação aos órgãos segurança que queriam proibir o uso de máscara nas passeatas. Abaixo a carta escrita::

Prezado Caetano,

Ao condenar a proibição do uso de máscaras nas manifestações e dizer que elas fazem parte da tradição e cultura do povo brasileiro, como o carnaval, o senhor aparentemente esteve isolado do mundo nos últimos três meses, o que é bom fazer de vez em quando, pois deixa o espírito e a mente meio odara. Confesso que sinto uma ponta de inveja do senhor, pois só consegui ficar vinte quatro horas nesse refúgio cósmico.

Devido ao seu prolongado isolamento do plano real deduzo que não tenha neste período lido o noticiário, não viu televisão, acessou a internet ou conversou com um amigo. Assim, por tê-lo em alto apreço quero alertá-lo para tomar cuidado com o mascarado grupo Black Blocs e afins, pois sem nenhuma razão podem depredar e roubar a bilheteria do teatro onde o senhor estiver realizando seu show, a semelhança do que fizeram no período em que esteve na outra dimensão, quando tentaram invadir o Hospital Sírio Libanês e vandalizaram dezenas de agencias bancárias e de automóveis, bancas de jornal, bares, restaurantes, lojas de roupas e eletrônicos com direito a saques, queimaram ônibus, lixeiras, luminárias, orelhões e vandalizaram o patrimônio público e tem mais, você não vai acreditar, queimaram a bandeira brasileira!

Não vou mais tomar mais o seu valioso tempo que poderia estar sendo utilizado agora para fazer musicas geniais. Despeço-me com uma frase sua dizendo que é proibido proibir (e condenar) a elaboração de leis que possam contribuir para reprimir a atuação de vândalos que vão para as ruas para destruir lojas, bancos e teatros e, mais importante, preservem a paz, dando-nos tranquilidade para ir e vir, trabalhar e compor embora, no último caso, o caos possa ser para alguns fonte de inspiração musical e criação de frases de efeito.
 
Na paz desmascarada, despeço-me com abraço,

José Lerer


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

DUVIDAS, DUVIDAS, DUVIDAS

Garoupa macho e a fêmea
Recentemente li que os pescadores de Abrolhos estão mergulhando 50m para pescar garoupas macho pois eles são bem maiores que as fêmeas. Este peixe, como o badejo e o cherne, é da família dos epinephelidae e são hermafroditas, nascem fêmeas e uma delas se transforma em macho contando com um harém com aproximadamente quinze fêmeas à sua disposição. Já o peixe-palhaço  (Amphiprion ocellaris), ao contrário da garoupa, todos  nascem machos e depois alguns se transformam em fêmeas, que são dominadoras e autoritárias, só se dirigem aos machos chamando-os de palhaço, daí o nome.

Quando o garoupão tem falência múltipla dos órgãos ou é pescado e se transforma em muqueca, uma das fêmeas fatalmente irá se transformar em macho e a ciência não sabe explicar como acontece o processo de escolha da fêmea que irá assumir o papel do novo gostosão do pedaço, só se sabe que o macho alfa do harém vizinho não tem condições de dar conta de trinta fêmeas, afinal ele é uma garoupa e não um peixe espada.

Esta importante questão me deixou intrigado. Vamos imaginar a situação de duas fêmeas que brigavam para ser a preferida do falecido macho e, por isso, se detestavam, e ainda que uma delas se transforme no novo guapo do cardume. Com que cara a outra fêmea vai transar com o novo macho? E ele vai querer encarar a antiga concorrente ou vai expulsá-la do harém? E ainda como acontece o processo onde, imagino, quinze fêmeas, cada uma com a sua opinião e falando ao mesmo tempo, tem que chegar a conclusão para saber qual delas merece ser o machão do grupo? A eleição é semelhante a escolha do novo papa, onde nenhuma delas é ostensivamente candidata? Ou será que ganha aquela que durante a vida marinha demonstrou, na calada da noite para não ser descoberta pelo macho, pendores homossexuais dando em cima das demais fêmeas do grupo, ou seria aquela que apresentou como plataforma eleitoral a promessa que sempre irá discutir, pacientemente, a relação com as quatorze fêmeas, obviamente uma de cada vez.

Tai uma questão importante que a ciência deveria estudar, até porque pode ter, eventualmente, conexão com a vida do humanídeos, por exemplo: quando um macho resolve sair do armário ele é substituído por uma fêmea que passa a assumir o papel do ex-macho, tal qual as garoupas, e assim manter o sistema em equilíbrio? Ou seria o inverso, quando uma fêmea saí do closet assumindo o seu lado oficina mecânica um macho passa para o lado de lá? Dúvidas, dúvidas, dúvidas.

Para contestar aqueles que acham que a pesquisa sugerida é bizarra apresento algumas que foram feitas por respeitadas instituição de pesquisa do mundo: Não indentificar sarcasmo pode ser sinal de demência- Universidade da Califórnia; Ingerir álcool ajuda no aprendizado - Universidade do Texas. Terremotos aumenta a natalidade- ONU; Garotas que jogam video games com os pais são mais felizes- Universidade Brigham Young University, Dormir mais tarde é sinal de inteligência- Universidade de Londres; Ter filhos causa infelicidade a pessoas ricas e viúvas- Universidade de Milão; É melhor levar uma garrafada na cabeça com ela cheia ou vazia? Universidade de Bern- Suiça; Falar no ouvido direito é melhor para persuadir uma pessoa - Universidade de Gabriele d’Annunzio- Itália; As pessoas tomam decisões melhores para algumas coisas — e piores para outras — quando estão sentindo uma intensa vontade de urinar- Japão; Um psicólogo escreveu um artigo denominado "O suspiro é só um suspiro?" onde procura entender porque as pessoas suspiram - Noruega Ainda acha bizarra a sugestão de pesquisa feita?

Como existe crowfunding para tudo, este blog irá promover uma vaquinha para levantar grana para repassar para instituição que se dispor realizar esta importante pesquisa. Quem colaborar ganha o crédito de ter apoiado o estudo e dois convites para participar de uma moqueca de garoupa macho.













sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

MULHER, NEGRA, POBRE E IGNORADA

Alda Castilho
  ignorada  pela sociedade
Alda tem 27 anos é uma mulher, negra, pobre, moradora da Baixada Fluminense, estudante de psicologia, acorda todo dia às 4.30 da manhã pega dois ônibus para ir para o trabalho e, após sair dele, vai para o segundo tempo da batalha, está na faculdade estudando para ser psicóloga, um dos seus sonhos, o outro é casar com Thiago que namora desde a adolescência. Ela é o orgulho da mãe Maria Rosalina, que desde cedo trabalha duro como empregada doméstica para educar suas duas filhas, e Alda será a primeira da família a se formar num curso superior.

Infelizmente, a partir do dia 02 de fevereiro todos os verbos utilizados para retratar o perfil de Alda tem que sair do presente e se conjugar no passado. Neste dia, era um domingo, bandidos metralharam o seu local de trabalho e uma bala atingiu Alda que veio a falecer logo depois.

Sua mãe está inconsolável com a trágica perda da filha, mais uma vítima da violência que tomou conta do Rio, e também revoltada com a indiferença e falta de apoio da sociedade para a trágica morte de Alda, que preenche todos os quesitos que normalmente fazem às organizações sociais e formadores de opinião condenar atos criminosos como este – mulher, pobre, negra e trabalhadora - mas, estranhamente, o silencio foi, usando-se um termo recorrente, ensurdecedor.

Ah, esqueci de escrever um pequeno detalhe no começo da nota, talvez fruto da minha inexperiência, sou blogeiro de primeira viagem. Alda era soldada da PM e no dia do crime estava trabalhando dentro das instalações da UPP localizada no Complexo do Alemão. Alguma conexão entre a sua profissão e a indiferença da sociedade? Cartas para a redação.

A profissão escolhida por Alda a obrigava a encarar a bandidagem para tentar dar um pouco de segurança para a sociedade, incluindo bandidos engravatados corruptos que atuam na politica disfarçados de cidadãos honestos horrorizados com a violência do Rio.

Amarildo e Alda eram pretos e pobres e protagonistas da mesma tragédia, ocasionada por aqueles que detêm o poder ou orbitam em torno dele. O desfecho dos dois foi igual - morreram assassinados- mas um termina como vítima e reverenciado pelas organizações sociais e a outra, ignorada por elas pois, na sua visão maniqueísta, a jovem simbolizava as forças repressoras da população pobre.  

Termino com as palavras ditas pela sua mãe em tom de desabafo: ”se eu fosse mãe de bandido, as ONGs teriam me procurado imediatamente, parece que os bandidos tem mais valor, mas a minha filha era honesta, que saía todo dia às 4.30h para trabalhar, estudava e sonhava em ser psicóloga da PM.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

QUEM NÃO DEVE NÃO TEME

O Blog utilizando técnica moderna de marketing
para chamar  atenção do problema da
VIOLÊNCIA
Diariamente os jornais trazem reportagens sobre a violência que tomou conta do Rio de Janeiro e a população ameaçada e indignada pede mais policiamento nas ruas o que, isoladamente, pode atenuar mas não resolve o problema. Se hipoteticamente a PM e guarda municipal conseguir aumentar o seu efetivo em 50%, a situação pode melhorar um pouco, mas não resolve, pela singela razão que por maior que seja o efetivo, é impossível ele se fazer ostensivamente presente em todas as ruas de cada cidade do estado, a polícia aperta de um lado a bandidagem corre para o outro, o cobertor será sempre curto.

Ademais quando a população pede aumento do contingente policial isto irá demandar investimentos em novos equipamentos de segurança, veículos, combustível armas, inteligência, etc...Assim, ela tem que ter em mente que a medida acarretará um custo social elevado e quem vai pagar é ela, pois o dinheiro é um só, se investe mais na segurança sobra menos para saúde, educação, esporte e lazer, nesta área não existe mágica.

A solução não é fácil, mas um bom caminho à médio prazo seria se investir mais na educação, qualificação profissional e se contar com um judiciário mais ágil e justo, pois as pessoas temem o rigor da lei quando ela se faz ostensivamente presente, ou seja, não basta às leis existirem, é importante que a sociedade saiba que elas são executadas e, em tempo hábil. A ideia é se aplicar o lado B da máxima popular que diz que “quem não deve não teme”, que é “quem deve, teme” e treme (deveria). 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

ALUGO BLOG

As favas com os escrúpulos exclamou o ministro Jarbas Passarinho na hora de assinar o AI 5. Seguindo o exemplo do ministro voador e como a dureza tá grande, comunico ao mercado que a partir de hoje sou adepto da ideologia de resultados passando a integrar a imensa e lucrativa corrente de imprensa e blogs vendidos, no meu caso alugado, conforme anúncio abaixo:

Alugo o espaço deste Blog, pouco usado e em bom estado de conservação, ainda com poucos leitores, mas que com apoio financeiro irá se transformar num fenômeno editorial. Sua posição política será sempre a do patrocinador, não importa se de direita ou esquerda e inclinação religiosa ou ausência dela. A intensidade do apoio e preço se pautará de acordo com a tabela abaixo:

Combo Prata- Apoio incondicional e divulgação de matérias enaltecendo desmesuradamente nas redes sociais as qualidades do patrocinador– R$10.000,00/mês.

Combo Ouro- O pacote do combo anterior, mais ataques raivosos aos adversários R$ 15.000,00/mês.

Combo Diamante- O pacote do combo anterior mais fomentar boatos em relação aos inimigos políticos ou espirituais do patrocinador, incluindo dúvidas sobre a sua inclinação sexual.  R$20.000,00/mês

Nossos serviços são voltados para igrejas, partidos políticos, governos, associações empresariais e sindicatos. Maiores informações entrar em contato com o editor chefe deste Blog (sigilo absoluto).


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

PMDB do B- TEMPO É DINHEIRO


Antigamente quando havia um mínimo de comprometimento político ideológico, as coligações partidárias eram feitas com base nas afinidades políticas dos partidos, os de direita de um lado, os de esquerda do outro e os de centro atuavam como ioiô.  Isto não quer dizer que por conveniência eleitoreira ou vantagens oferecidas pelo partido que estava no governo aos partidos minoritários não ocorriam coligações exóticas, tipo cruzamento de jabuti com coelho. Mas havia, de uma maneira geral, um mínimo de coerência política ou, sei lá, se procurava manter as aparências, havia algum pudor e os políticos ainda ruborizavam.

Hoje as coisas mudaram e não é por causa das coligações que um governante é obrigado a fazer para ter maioria na casa legislativa e, assim, ter condições de governar, o que, forçando a barra, até dá para engolir. Mas não é disso que estou falando e sim que atualmente os partidos não escondem que ideologia é coisa para alemão ou japonês, povos estranhos. Agora as coligações partidárias são feitas de olho no minuto que o partido nanico pode utilizar na televisão no horário gratuito  e que, coligação sacramentada, será colocado à disposição do partido majoritário.

Assim, imagino que deve existir uma tabela para cooptar o tempo dos partidos e não o seu programa, este não interessa, mais ou menos assim:  tempo disponível - 1 minuto – presidência de estatal do segundo grupo; 2 minutos- presidência e duas diretorias, 3 minutos- presidência de duais estatais uma do segundo e outra do primeiro; 4 minutos- um Ministério e duas empresas estatais, uma do primeiro e outra do segundo grupo, 5 minutos- todo pacote anterior e mais uma diretoria do Banco do Brasil.

Estamos presenciando uma nova era na área das coligações políticas, que se caracteriza pelo seu exotismo heterodoxo, promovendo a cruza de jabuti com relógio, conhecida como coligação travesti, parece uma coisa, mas é outra. O consolo ( nada haver com travesti) é que os políticos não podem ser acusados de atuar de forma dissimulada, pelo contrário, são transparentes, não escondem suas reais intenções, fazem tudo a luz do dia, são autênticos, rasgaram fantasia e perderam o pudor. 

O poeta Geraldo Vandré que compôs o verso "quem sabe faz a hora" que embalou a juventude contestadora na década de 70 na luta contra a ditadura, nem desconfiava que este verso iria, quarenta anos depois, nortear a ação dos partidos fisiológicos na atualidade que, de minuto em minuto, almejam chegar a sessenta para ocupar toda hora político partidária. 



domingo, 2 de fevereiro de 2014

INVEJA DELUBIANA

Confesso que sinto uma ponta de inveja do companheiro Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. Ele conseguiu em nove dias levantar R$1 milhão em doação para pagar a multa de R$467 mil imposta pelo Supremo, tendo ainda que pagar cana de oito anos e onze meses por formação de quadrilha e corrupção ativa no mensalão. Acredito que se o PT solicitar voluntários propondo para ficar um dia preso no lugar do companheiro, inaugurando a modalidade terceirização da pena de prisão, iria aparecer milhares de voluntários, inclusive empreiteiros e empresários que prestam serviço para o governo ou dependem da sua canetada. É bom ficar de olho, pois, não duvido nada, daqui a pouco vai aparecer um projeto de lei neste sentido.  

No curriculum vitae do ilustre companheiro consta ainda que recebeu no período de setembro de 1994 a janeiro de 1998 e de fevereiro de 2001 a janeiro de 2005 salários relativos ao cargo de professor da rede de ensino de Goiás sem exercer a profissão porque estava morando em São Paulo a 2.500 km da escola que dava aula trabalhando como tesoureiro do PT. Ele alegou que não foi trabalhar devido aos monumentais engarrafamentos de São Paulo e ficou difícil ir de manhã para dar aula e voltar no final do dia, se constituindo em mais uma vítima dos efeitos da imobilidade urbana que assola a capital paulista. Faz sentido.

Por este crime, involuntário, que ele insiste que só ocorreu porque a prefeitura paulistana não resolve o problema de trânsito da capital, o Tribunal de Justiça de Goiás condenou-o a pagar R$ 164 mil, além da perda dos direitos políticos por oito anos. Como estamos no Brasil, posteriormente o Tribunal decidiu pela extinção do processo de peculato e abandono de cargo. Parece que aceitaram a tese do engarrafamento paulistano, no que fizeram muito bem.

 Duas constatações: a- com que moral os país vão falar para os filhos para trilharem o caminho da ética e honestidade, que o crime não compensa e que devem estudar muito para vencer na vida; b- A segunda é mais triste para mim. Se tiver que depender de vaquinha para pagar multa por algum crime cometido, talvez só consiga levantar R$438,00 depois de um ano, pois não tenho  viabilizar vantagens para os empresários e não faço parte de nenhuma organização e, como todo mundo sabe, se a pessoa não transigir a lei do silêncio conhecida na Sicília por omertá, a organização irá sempre te ajudar, principalmente se tiver preso. Pelo sim, pelo não, como não sei o dia de amanhã, vou me filiar ao PT. Viva Dirceu, Genoino - herói nacional (leia como quiser, pois qualquer sentido faz sentido).