domingo, 21 de dezembro de 2014

Revelações Perigosas

Criação do mundo: dá para fazer recall?
Quem sou eu para duvidar da existência de Deus, pelo menos 80% da humanidade tem certeza da sua existência, 10% acha que pode existir e os céticos quando estão desesperados apelam para Ele na hora do sufoco mandando para o espaço o ateísmo e sem pestanejar pedem a Deus que os ajude. Nunca se sabe, vai que....

Dito isto quero dividir com vocês um revelação sobre a criação do mundo que tive  que poderá subverter os dogmas espirituais dos textos das escrituras sagradas. Depois de doze horas de meditação no Espaço Holístico Bracarense tive uma epifania etílica, recebi a mensagem que colocava em dúvida a existência de Deus, ou se existe, que ele não é perfeito e, se bobear, deve estar fazendo análise, arrependido do resultado  da sua obra maior - o homem- feita na prorrogação do segundo tempo da criação do mundo. Sempre que é questionado ele disfarça, diz que foi uma criação coletiva que teve a participação de Buda e Maomé, que só ficou no planejamento não tendo se envolvido na execução. 

Segundo a revelação, o projeto de criação do mundo foi feito por Ele apenas com base num anteprojeto, não havia projeto executivo, cronograma, memorial descritivo e orçamento, a única coisa que existia definida era o prazo, seis dias. Seus assessores ponderaram que o tempo era muito reduzido, inexequível para realizar uma obra de grande porte, mesmo considerando que não havia possibilidade dela sofrer embargo pelas autoridades, no caso Ele mesmo, pois não havia sambaqui, área de proteção ambiental, Ministério Público, quilombola e reserva indígena, mas podia chover, o que fatalmente iria atrasar o prazo de entrega da obra. Mas como o seu contrato de trabalho era de apenas seis dias, Ele bateu pé firme, não ampliou o prazo, tendo informado que tinha certeza que não iria chover, pois a chuva ainda não tinha sido criada por Ele. Logo depois veio o dilúvio, o que causou uma certa túnica justa,

Olhando hoje o mundo consta-se que foram cometidos diversos erros de projeto, a saber: criação de diversas regiões inóspitas como os desertos da África e Ásia e a Sibéria, algumas áreas não contam com água e outras têm excesso de recursos hídricos, a divisão dos insumos naturais foi injusta, uns com muito petróleo, minerais e terras agricultáveis e outros sem nada, à míngua.

Mas o maior equívoco de projeto, considerado erro alfa soberano, foi a criação de um ser que supostamente teria uma inteligência superior ao dos demais animais e que ficaria responsável pela gestão dos ativos que criou, além de se responsabilizar em compatibilizar de forma harmônica a convivência de todos os seres. Este Ser foi criado no último segundo do sexto dia, quando Ele estava cansado e pronto para entrar de férias, só pensava em curtir o que tinha criado como as praias do Caribe e a neve nos Alpes. Quando estava de saída um assessor lembrou que não tinha feito o animal Soberano, assim com pressa, sem pensar muito e sem esboço prévio, criou um Ser que deu o nome de Humano.

Fazendo-se uma retrospectiva da atuação do ser humano como gestor chefe da civilização, incluindo o patrimônio material criado por Ele, constata-se que o resultado é altamente negativo, o que era ruim ficou péssimo, onde havia água não existe mais ou ela está poluída, a área desertificada aumentou devido às agressões ambientais, as florestas naturais desapareceram na maior parte do planeta o que causou a elevação da temperatura da terra, centenas de seres que voavam, nadavam ou corriam foram extintos devido à ação predatória do “ser superior e harmonizador da convivência do planeta”. que criou diversas tribos que deu o nome de país, todas queriam mais terra e poder, centenas de milhões de pessoas foram assassinadas devido à isso, a maioria das guerras teve como motivação a religião ou, trocando em miúdos, invocaram o nome Dele para cometerem barbárie e assassinatos.

O pior é que no momento não existe nenhum outro animal que possa ser contratado para substituir o homem na gestão do planeta como se andou cogitando, já se pensou no macaco e no golfinho, mas dificilmente passariam no exame psicotécnico.

Assim estamos diante de um paradoxo:  um ser perfeito conhecido como Deus criou o planeta, incluindo o homem, a quem deu a missão de gerir o mundo em paz e harmonia, mas, devido a pressa, ele foi concebido  com diversos erros de projeto, como realizar  guerras em nome da religião, ou seja, ele mata por causa Dele. O mais desconcertante é que de acordo com Gênesis 1:26-27, o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus.

Se for procedente a revelação recebida, ela nos remete a uma das seguintes hipóteses: a primeira é que Deus não existe, caso contrário não haveriam guerras e perseguições feitas em seu nome, sem contar os inúmeros problemas ambientais causados pelo homem que na atual batida vai destruir o planeta em cinquenta anos; a segunda é que Ele existe, mas é falível, basta ver os inúmeros erros existentes no projeto do homem, e  pior, não dá para fazer recall.

Não cabe a mim provar nada, apenas repasso a revelação recebida, até por quê não tenho conhecimento de causa, sou ignorante nesta matéria (em muitas outras também), mas não restam dúvidas que é muito estranho e surreal matar em nome de Deus, a isto é. 

sábado, 20 de dezembro de 2014

O Traficante e o Político, Uma Reflexão Marginal

Ao contrário do político, o traficante
 só "trabalha" com dinheiro privado
Numa definição simplista ladrão é um cara que rouba algo de alguém, o que significa que o traficante “puro”, aquele cuja única atividade é vender drogas, é fora da lei, mas não é ladrão, igual aos  bicheiros no passado. O mesmo não se pode dizer do político, dirigente ou empregado de estatal que quando desviam dinheiro público, via superfaturamento, estão roubando, muitas vezes de áreas socialmente sensíveis, como saúde, educação e merenda escolar. Assim, consta-se que os atores dos dois segmentos contam com uma semelhança – são foras da lei - e uma diferença, um é ladrão e o outro não.

Existem outras diferenças, como só vai a uma boca de fumo quem quer, enquanto que quem se dirige a um hospital público o faz porque necessita, não tem outra opção, pois não conta com plano de saúde, nem condições de resolver por si só o problema, depende de auxílio externo.

Por obvio, pode-se afirmar que o desvio de recursos de hospitais contribui para que as pessoas deixem de ser atendidas ou apresentem um péssimo nível de qualidade o que leva muitos à morte, o que significa que corrupção mata.


A conclusão é que os esquemas de desvio de recursos realizados pelos políticos e assemelhados  enseja para a população um elevado impacto social negativo semelhante, ou às vezes maior, do que a ação criminosa dos traficantes. 

Vaticano, O Verdadeiro Significado da Fumaça Branca

Habemus Papa
Diante dos diversos escândalos da igreja como pedofilia, superfaturamento, desvio de recursos, ligação com a máfia e lavagem de dinheiro, vem tomando corpo uma antiga suspeita do que realmente ocorre no Vaticano no conclave para eleger o novo papa, e o que, na verdade, significa a fumaça que saí da chaminé.

A versão oficial é que enquanto não houver maioria para a escolha do novo papa, as cédulas de papel são queimadas saindo uma fumaça preta, mas, se for branca indica que um dos cardeais foi eleito para ser o novo papa.

O repórter jornal La Repubblica da Itália, Angelus Sospetto, conseguiu entrevistar um antigo funcionário aposentado do Vaticano, Pietro Sottuto, que trabalhou quarenta e cinco anos na Santa Sé e participou dos preparativos do ritual para a escolha de três papas. Ele disse que sempre estranhou que na véspera do conclave para a escolha do novo papa chegavam ao Vaticano padres da Colômbia, Bolívia e Afeganistão, portadores de passaporte diplomático, carregando pesadas malas. Eles deixavam as malas na Secretaria Geral e iam embora de volta aos seus países, sendo proibidos de falar com qualquer pessoa. Certa vez um destes padres deixou escapar que o conteúdo da mala iria ajudar os cardeais a se conectarem com o Deus, terem visões e fazer a escolha certa.  Informou ainda que sempre que os cardeais se reuniam ele sentia um cheiro forte, que não sabia identificar o que era e, após, aparecia a fumaça. Contou ainda que andando pelas ruas de Roma sentiu o mesmo cheiro e achou que tinha um grupo de cardeais reunidos, mas viu que eram jovens conversando. Perguntou a um deles a origem do cheiro, tendo sido informado que era marijuana. Então, concluiu excitado, os cardeais faziam uso de um “fummo sacro” para escolher o novo papa!

Diante das evidências, concluiu que a fumaça que sai da chaminé seja proveniente do baseado queimado pelos Cardeais no intuito de ajudá-los a se conectarem com o Senhor e receberem sinais daquele que deve ser ungido. A fumaça preta sinaliza que o baseado não é de boa qualidade, ou seja, não contribui para que tenham visões reveladoras. Quando o baseado é bom a fumaça sai branca, redondinha, o que sinaliza que haverá uma catarse coletiva e que irão se conectar e conseguir chegar ao nome do cardeal predestinado. Assim, ao contrário do que se pensava, o nome escolhido para ser o novo papa só acontece depois que saí a fumaça branca e não o contrário.

Morte Aos Infiéis

Fanatismo mata
O mundo está chocado com o 11 de Setembro francês. Terroristas muçulmanos radicais, sempre eles, assassinaram a sangue frio dois policiais e dez jornalistas do semanário Charlie Hebdo  que foram mortos porque ousaram utilizar a imagem de Maomé para criticar de forma bem humorada práticas medievais praticadas por grupos radicias, o que é considerado crime pelos fundamentalistas e a pena para este tipo de "delito" é a morte. O atentado se soma a dezenas de outros cometidos nos últimos anos. por organizações radicais islâmicas. 

Um dos motivos para despertar o tsunami de ódio dos fundamentalistas é eles acharem que o Profeta foi insultado, e isto significa qualquer comentário, por mais inocente que seja. Se as pessoas ou grupos que ironizam as diversas passagens e personagens do novo e o velho testamento, muitas vezes de forma ácida, como Jesus, Moisés, Abraão, Rabinos e o Papa, destilassem também ironia, mesmo que sutil, ao Alcorão, possivelmente os integrantes do grupo Monthy Pyton e Portas dos Fundos, para ficar nestes, já teriam sidos dizimados pelos fundamentalistas em nome do Profeta, ele conta com uma blindagem que rechaça a liberdade de expressão e condena "os infiéis" com pena de morte, como bem sabe o escritor Salman Rushdie que passou dez anos escondido na Inglaterra porque o líder religioso supremo do Irã, o Aiatolá Khomeini, ordenou a sua execução por ter escrito em 1989 o livro Versos Satânicos que criticava o Islã por perseguir praticantes de outras religiões, como a cristã e hindu, o que é verdade, mas foi considerado ofensivo ao profeta Maomé. Ele foi acusado de apostasia - fomentar o abandono da fé islâmica - e, por isso, Khomeini ordenou a todos os "muçulmanos zelosos" do mundo que eles tinham o dever de tentar assassinar o escritor, o que o obrigou a viver dez anos no anonimato na Inglaterra. Ressalta-se que o escritor não foi condenado  a morte por um grupo de fanáticos radicias e sim pelo líder supremo do islamismo do Irã que, na época, era um dos maiores do mundo islâmico. 

Vinte cinco anos depois a menina Malala que vivia no Paquistão levou um tiro na cabeça disparado por fundamentalistas islâmicos, acusada de desobedecer o Alcorão, pois insistia em ir à escola e estudar. Malala sobreviveu, mora na Inglaterra e ganhou em 2014 o Prêmio Nobel da Paz.

O mantra, carregado de ódio, “Morte aos Infiéis", dito pelos radicais islâmicos se contrapõe a frase de fé “Deus é Fiel” verbalizada com frequência pelos evangélicos. O Deus da frase evangélica  obviamente é Jesus e não Alá, mas aqueles que acreditam Cristo são infiéis aos olhos de muçulmanos fundamentalistas.

As três palavras da expressão "Morte aos Infiéis" sintetiza o fanatismo e intolerância dos radicais, sendo infiel todos que não rezam pela cartilha do Islã, ou seja, cristãos, budistas, judeus, hindus, ateus, mulheres que estudam, mulheres que cantam, mulheres que dançam, mulheres que trabalham, mulheres usam roupa que não as envelope, só deixando de fora os olhos, mulheres que querem ir ao cinema, os homossexuais, pessoas que não querem adotar o islã como religião e, cúmulo do fanatismo, também muçulmanos cuja leitura do Islã seja diferente da professada pelo grupo fundamentalista. Como exemplo cita-se o Estado Islâmico, grupo sunita radical, que não tolera e assassinam sunitas que tenha uma leitura do Islã diferente da deles.  

Existe uma miríade de grupos radicais muçulmanos que atua na área da intolerância praticando assassinatos em nome de Alá, como o Al Qaeda, Boko Haram, Jihad Islâmico, Estado Islâmico, Brigadas dos Mártires de Al-AqsaAl Qaida no Magreb IslâmicoHarakat ul-MujahidinGrupo Islâmico Armado, são dezenas. A proposta básica dos radicais é transformar o mundo num grande Califado, a sharia seria a constituição e os clérigos religiosos, os juízes.  Liberdade de expressão? Esquece, no dicionário e na fé dos fundamentalistas isto não existe, tendo sido esta a causa que condenou os chargistas do Claudie Hebdo  a pena de morte, acusados de praticar blasfêmia contra o profeta.

Evidentemente que a ação terrorista perpetuada por estas organizações não representa o pensamento da maioria do povo muçulmano, embora existam várias passagens no Alcorão que justificam o uso da força, como as instruções de Alá para lidar com os politeístas, diz que primeiro deve-se tentar convertê-los, caso eles não aceitem a proposta, podem manter sua fé, desde que paguem tributos, se os infiéis, ainda assim, não toparem, acabou-se a diplomacia: “Matai os idólatras, onde quer que os achei; capturai-os, acossai-os e espreitai-os”. Daí para se ampliar a interpretação do texto e se acreditar que todos que professam outra religião, em qualquer país, são hereges e tem que morrer, é um pulo.


Fica a pergunta: porque o texto dos livros sagrados da maioria das religiões, que igualmente contém passagens belicistas, não dá margem à interpretação e a postura de seus seguidores de que os praticantes de outras religiões devem morrer? Não sei responder. 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Black Oil Friday Petrobras Sale

Lula diz que tem as mão limpas
 no Petrolão
Em 2013 o ministro  Mantega, se mostrou indignado com situação da OGX, por “estar causando problema para a imagem do país e para o mercado”,  em três anos as ações da empresa viraram pó, causando uma perda de R$74 bilhões para os acionistas, por isso considero estranho o mutismo do ministro em relação à Petrobras, cujas ações perderam R$127 bilhões nos últimos três meses. Em março de 2011 ela valia R$413 bilhões, hoje por R$155 bilhões você compra a empresa, uma tremenda pechincha, seu preço caiu 66% e não é oferta de Black Friday, só que leva junto uma dívida que ultrapassa R$300 bilhões.

Considerando somente as perdas da OGX e Petrobras, consta-se que o setor de petróleo brasileiro mandou para o ralo U$ 130 bilhões, um valor maior que o PIB da Hungria de 2012 medido pelo FMI. A Petrobras, que sempre foi a maior empresa em valor de mercado do país, ocupa hoje o quarto lugar, atrás da Ambev que apresenta um valor 63% maior que a petroleira, seguida do Itaú e Bradesco, o que sugere que o Brasil é bom de copo e agiotagem e ruim de poço.

Os diversos casos de corrupção e desvio de dinheiro público que teve como destino final os CEPs de ex dirigentes da empresa, políticos e diretores das maiores empreiteiras complicou a vida da Petrobras, mas poderá piorar ainda mais se tiver que responder processo na justiça americana, aumentando ainda mais o seu prejuízo financeiro e, no rastro disso tudo, leva com ela para o buraco a imagem do Brasil no exterior. Por isso fico surpreso com o mutismo do quase ex-ministro que agora, parece, deve achar que nada disso irá abalar a inquebrantável fé e confiança do mercado e das agências de risco em relação a Petrobras e o governo brasileiro.  

Valor de Mercado das Empresas 12/12/14

Empresa
Valor de Mercado
Notícias
R$ 251,503 B
Ambev
R$ 193,506 B
Itaú Unibanco
R$ 155,753 B
Bradesco
R$ 154,680 B
Petrobras


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Crimes Ecológicos no Rio de Janeiro

Pão de Açúcar e Corcovado, dois crimes ecológicos
,A cidade do Rio de Janeiro tem sido vítima nas últimas décadas de graves crimes ecológicos, podendo-se listar, dentre outros, os seguintes: Parque (aterro) do Flamengo, bairro da Urca, o calçadão de Copacabana, o Parque dos Patins da Lagoa, rampa de asa delta do Morro da Pedra Bonita, Pão de Açúcar e o Corcovado. Os três últimos foram realizados à custa do desmatamento da mata atlântica e os demais surgiram em função de aterros realizados no mar ou na lagoa. Em comum, além do crime ecológico, o fato de que todos os espaços citados são muito apreciados pela população que não abre mão de ficar sem eles, além de terem se transformado em ícones da imagem do Rio de Janeiro no exterior.


Deve estar surpreso, pois imaginava que fosse mencionar as águas sujas da Baia de Guanabara e das lagoas e a poluição do ar, estes são óbvios, aparecem em todos os rankings ambientais, tem que ser erradicados urgentemente, mas o objetivo é mostrar que nem toda intervenção do homem na natureza deve ser considerada crime ecológico, como mostra os exemplo citado.  

Houve impacto ambiental nestas intervenções urbanas? Certamente que sim, mas a resultante final para a sociedade foi altamente positivo. Hoje dificilmente estes projetos seriam realizados, nenhum deles obteria licença ambiental, sem contar que dezenas de ONGs e formadores de opinião iriam se se posicionar contra o "absurdo" de se colocar uma estátua no topo do Corcovado que é uma área preservada, mesmo sendo a Dele, pois, para tanto, seria necessária a derrubada de centenas de árvores da mata atlântica ou, no caso do Parque do Flamengo, aterrar um trecho da Baia de Guanabara para se construir pistas de rolamento de veículos, o objetivo era este, o parque foi decorrência.

A situação acima exposta vem a propósito do posicionamento recorrente de entidades ou de pessoas com boa formação intelectual, que se colocam sistematicamente contra projetos que são relevantes para a população em termos culturais, de lazer ou geração de empregos, sob a alegação que apresentam impacto ambiental ou, ainda, porque o projeto original não previa a construção de determinado equipamento urbano, caso do Parque do Flamengo, que nos remete ao seguinte exemplo: ele abriga uma área para aeromodelismo que fica ociosa o ano inteiro, mas se alguém sugerir de se dar a ela um fim mais interessante para a comunidade, terá que vencer a cansativa barreira da intransigência pétrea fundamentada no argumento que o projeto original não previa isto, para provar o óbvio. Se for por aí eu não deveria ter escrito estas linhas, nem você estar agora lendo, pois o ser humano não foi contemplado no  projeto original que Deus desenhou para o mundo e, em contra partida, o Dinossauro deveria estar agora pastando em Ipanema.

Sei não, mas depois que se construiu uma pirâmide em frente ao Museu do Louvre, cuja primeira construção foi realizada em 1.190, ou uma roda de gigante - London Eye- no centro histórico de Londres, as cabeças pensantes e influentes do nosso país deveriam, sem perder de vista os aspectos ambientais e históricos, ser mais flexíveis com as intervenções urbanas propostas para a cidade, considerando os benefícios que podem trazer para a população.

Um exemplo concreto disso diz respeito a proposta do projeto de ampliação da Marina da Glória para aumentar o número de  vagas para veleiros, que conta com uma elevada demanda reprimida. Ele não foi aprovado sob as mais diversas alegações, tudo bem, vida que segue, mas desconfio que nenhum projeto será aprovado, a não ser que seja minimalista. Tudo nele foi questionado, até a altura dos mastros das velas, tendo sido alegado que elas iriam emparedar o visual de quem estava no parque. O negócio é aguardar e esperar que se descubra como fazer veleiros sem vela ou Marina em mar aberto a um custo competitivo. 

O fato de não existir nenhuma alternativa locacional para se disponibilizar novas vagas para veleiros no entorno da Bahia de Guanabara, a não ser naquele trecho, é detalhe para os que são do contra. A Nova Zelândia que apresenta alto IDH e grande respeito pelo meio ambiente, tem centenas de marinas que, possivelmente, teriam dificuldades de serem aprovadas no Rio de Janeiro, pois a questão aqui não é mitigar o impacto ambiental e sim, por que no fundo não se quer a expansão da Marina existente.  

Não se está sugerindo que todo e qualquer projeto que apresente benefícios para a sociedade deva ser realizado independente do impacto ambiental ou urbano causado, não se propõe o "liberô geral", e sim que se deve ponderar racionalmente a relação custo ecológico x benefício social, econômico e urbano e a partir daí se decidir se o projeto deve ou não ser realizado. Uma medida neste sentido que poderia ajudar o processo decisório, seria a criação de uma Diretoria do Bom Senso no âmbito dos órgãos ambientais ligados aos governos.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Brasil, Um País Bipolar

Baixo IDH + má distribuição de renda +
+ corrupção = imagem da foto
Brasileiro frente aos problemas do país
 é semelhante ao  manequim: tá nem aí
Estava andando na rua quando vi em frente ao Campo de Santana um adolescente jogado no meio da calçada, retratado na foto aí ao lado, totalmente chapado. Eram 13.00h o sol batia no seu corpo e a temperatura era muito elevada, devia estar com fome e drogado, a imagem era forte, mesmo para quem está acostumado a ver pessoas dormindo na rua, cena normal no Rio de Janeiro.

Continuei a caminhada impactado pela imagem e mais adiante vi uma loja com dezenas de manequins expostos à venda, pareciam seres meio robóticos saídos de um filme de ficção científica. Como todo bom manequim estavam imóveis, “vendo” a vida passar na sua frente, se acontecesse um tsunami,´ficariam indiferentes, não esboçariam nenhuma reação. Não sei por que, mas fotografei os manequins.

Quando cheguei em casa, ainda impactado pela cena vista horas antes, um pensamento me veio à mente, aquelas duas imagens, o adolescente largado e os manequins expostos na loja, representam a atual realidade do país, de um lado a injustiça social e a população marginalizada, do outro a imobilidade do brasileiro de desenvolver ações objetivas para pressionar as autoridades governamentais e parlamentares para atuar de forma ética e honesta em prol dos interesses da coletividade. Um manequim "agiria" de forma semelhante.

O adolescente prostrado na sarjeta sem esperança e perspectiva é o epílogo trágico e análogo de milhares histórias que se repetem diariamente em todos os municípios do país, que  em comum apresentam o mesmo pano de fundo: a corrupção.  Considerando o superfaturamento e propinas pagas pelas empreiteiras nas obras e serviços públicos prestados para os governos federal, estaduais e municipais, estima-se que  R$250 bilhões são desviados anualmente dos cofres públicos.

Para para que este panorama tenha, á médio prazo, chances de mudar, é fundamental que o governante se sinta pressionado e fiscalizado pela sociedade. Para obrigá-lo a fazer uma gestão minimamente aceitável ele tem que sentir que a margem para armar esquemas é reduzida, que poderão ser descobertos, mesmo que não tenham vocação, será obrigados a ser, compulsoriamente, honesto.Talvez, quem sabe, acabem se tornando no futuro compulsivamente honestos, não devemos perder a esperança. 

O ativismo da sociedade, acima sugerido,  raramente acontece, pois a  preocupação do cidadão é com as coisas do dia a dia que lhe dizem respeito, ele passa o ano inteiro se lixando com o que governante faz com os recursos públicos, não percebendo que a sua origem é privada, saiu do seu bolso, é dele, o governo apenas o administra, ele deveria se preocupar com o que o governante está fazendo ou deixando de fazer com o seu dinheiro, mas isto não acontece. De repente,  não se sabe como nem por que, saí da letargia e entra num estado eufórico com ímpetos de querer mudar tudo de uma só vez e vai para as ruas para protestar. Estas duas situações extremas sugerem que a cidadania  política do brasileiro é bipolar

Infelizmente muitos destes protestos acabam se transformado em atos de vandalismos praticados por pessoas que não tem nenhum compromisso com as causas sociais, como os cafetões de ideologia que estão entronizados nos partidos e movimentos radicais, vândalos, anarquistas e bandidos que se aproveitam do agito para roubar e saquear.

Diante da violência e da inconsistência e multiplicidade das causas reivindicadas, o cidadão que foi para as ruas para protestar pacificamente perde o tesão e desiste. No fundo os movimentos radicais  ao apelar para a violência e propostas exóticas- “nacionalizar todas as empresas multinacionais” faz o jogo dos políticos, governantes e empresários canalhas, que sabe qual será o resultado da equação que tem as seguintes variáveis: propostas exóticas + vandalismo + multiplicidades de reivindicação = não vai dar em nada.

Como mudar isto? Uma alternativa seria  proceder com se age na área criminal das polícias mais modernas, que é utilizar menos a força e mais inteligência para reduzir a criminalidade. No campo da gestão administrativa  das cidades/estados/país a sociedade deve fiscalizar o governante utilizando a inteligência, leis  e tecnologia, sendo importante o governante saber que a sua gestão e seus procedimentos administrativos estão sendo monitorados, se ele se sentir acuado é por que o processo utilizado está no caminho certo. Sem desconsiderar a importância de se realizar protestos de rua pacíficos e objetivos, a sociedade deve mostrar ao governante que ela está está atenta e fiscalizando a sua administração. 

Um bom exemplo do que estamos falando foi realizado no município de Ribeirão Bonito em São Paulo, quando um grupo de profissionais criou uma organização não governamental denominada Amigos Associados de Ribeirão Bonito (AMARRIBO), movimento voltado para o monitoramento, cobrança e a contestação de atos das autoridades municipais. Como resultado da fiscalização exercida pela Associação, o prefeito acabou renunciando para não ser cassado e hoje responde a diversos processos judiciais.

No curso do processo, os gestores da ONG acumularam conhecimentos a respeito dos mecanismos empregados em fraudes municipais e dos instrumentos que se podem empregar para combatê-las. Este modelo de fiscalização da gestão municipal pode ser visto através do  link abaixo:

http://www.transparencia.org.br/docs/Cartilha.html


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O Negão Tinha Razão

Pelé tinha razão
Quando em 1969  Pelé falou que o brasileiro não sabia votar os patrulheiros ideológicos caíram de pau nele, só que estava falando a verdade, é só olhar a qualidade dos políticos e quantidade de escândalos envolvendo todas as casas legislativas do país, que já, naquela época, eram fartos.  

Mas era regime militar e Pelé não fazia o modelito contestador, padrão Black Power dos  Panteras Negras americanos e a esquerda não perdoava isto. Então quando falou que o proletariado não sabia votar, ele bateu de frente contra os ideólogos da ditadura do povo. Daí em diante foi esconjurado pelos intelectuais e parte da mídia.

Hoje o país conta com 20 milhões de analfabetos ou que sabem apenas assinar o nome, além daqueles que contam apenas com primeiro grau, mas sem a necessária instrução ou nível de informação para avaliar, selecionar e votar de forma consciente num candidato e o resultado não podia ser outro: eleição de milhares de parlamentares com baixo nível de competência para exercer função, sem contar que muitos ainda respondem processos na justiça.A Constituição de 1988 manteve inelegíveis os analfabetos,  mas assegurou a eles direito ao voto em caráter facultativo, o que significa que não são obrigados a votar. Porque a complacência? Será porque considera a possibilidade que o analfabeto poderá sentir dificuldade em processar politicamente em quem deve votar? Se isto for procedente, não seria ele uma presa fácil de ser manipulada por candidatos despreparados ou mal intencionados? A eleição destes candidatos irá contribuir para a melhoria da condição de vida do analfabeto e o aperfeiçoamento do processo democrático?

Para aqueles que acham que não se deve alijar o analfabeto do processo eleitoral, coloca-se a seguinte questão: se a sua empresa necessitasse admitir funcionários qualificados, você colocaria na área de recursos humanos, que é aquela que avalia, seleciona e admite os pretendentes, profissionais sem o devido preparo funcional, deixaria qualquer um fazer a seleção e contratar para você?

Ah, mas uma empresa é diferente de um município/estado/país, dirá. Do ponto de vista institucional sim, da gestão não, é igualzinho. Ah, mas não é democrático. E quem disse que avaliar e escolher mal faz bem para a democracia e irá ajudar a população, na verdade a má escolha prejudica mais quem é pobre do que quem é rico, este pode até se beneficiar com o baixo nível dos parlamentares. Ah, mas o teu conceito do que é bom candidato é diferente de alguém que comungue, por exemplo, pela cartilha do PCB. Certamente, mas quem disse que um bom parlamentar tem que pensar ideologicamente como eu, suas posições podem ser totalmente diferentes das que julgo mais adequadas, mas os objetivos serão quase todos os mesmos, o caminho para se atingir, talvez um pouco diferentes.

Escolhendo políticos mais capazes estará se ajudando de forma mais efetiva que pessoas excluídas deixem de sê-la, já a eleição de parlamentares sem preparo ou incompetentes, fará com que o processo de inclusão seja tortuoso e lento, ou, pior, nunca se efetue,  pois muitos políticos não tem interesse na melhoria da educação da população.

Quanto mais políticos capacitados participando do  legislativo e executivo, mais rápido será o processo de redução das desigualdades e inclusão social, o que faz que, a médio prazo, não haverá mais necessidade da sociedade subsidiar bolsas sociais para a população excluída. Evidente que legislador bem capacitado não é sinônimo de ética ou honestidade, mas é um problema a menos.

Evidentemente não me cabe, nem tenho competência, para apresentar proposta para a criação de critérios para definir quem estaria apto a votar, só apontar que do jeito que está fica difícil sair do círculo vicioso que começa com a eleição de maus políticos, que apresentam projetos de leis irrelevantes, que são cooptados pelo chefe do executivo, que deixam de fiscalizar o governo, o nível social e educacional do eleitor não melhora, que vai para a eleição seguinte e elege, mais uma vez, políticos despreparados ou descompromissados com os reais interesses sociais da população.

Além Via Web

Cena do download de um espírito
Ao verificar as mensagens da caixa de entrada na internet deparei-me com uma que me deixou surpreso e assustado enviada por Oton Brito, companheiro de sempre, dizendo que estava me seguindo e perguntava se podia ser meu amigo. Nada de anormal se ele não tivesse falecido há um mês.

Confesso que fiquei assustado e em dúvida se aceitava ou não renovar os votos de amizade, pois ele está num plano e eu em outro e vai que a cervejinha seja marcada lá e faça questão da minha presença.

Além disso, (no caso, além é uma palavra apropriada) como vou explicar em casa que sai para tomar um chope com um amigo, morri e não voltei, isto é querer arrumar confusão para o meu lado. Por sua vez, não aceitar renovar os votos de amizade pode significar estar esnobando pós-morte o amigo. Difícil.

E o que dizer de ter um espírito me seguindo o resto da vida mesmo ele sendo “do bem”. Para mim, com pouca intimidade com os fenômenos além-terra, isto causa um certo desconforto. Estou aqui teclando este texto imaginando que o Oton pode estar ao meu lado falando das vantagens da desencarnação, uma delas seria acabar com a enxaqueca, problema que o atormentou por muitos anos.

Outro pensamento que me ocorreu é que antigamente os desencarnados entravam em contato com os terráqueos através de médiuns e agora, pelo que parece, pela internet e em inglês, o que comprova que o idioma é importante até para as comunicações heterodoxas. Com efeito, a mensagem que recebi foi a seguinte: otonbrito@gmail.com is now following you, I would like to add you as a friend - Accept or Decline . Me responda, dá para falar não para um amigo? Cravei Accept.   

A terceira conclusão é que a internet depois de acabar com as vídeos locadoras e lojas de CDs e, paulatinamente, com as livrarias, vai causar um baque muito grande nos centros espíritas, a maioria irá fechar causando elevado desemprego de pais de santos e afins. Explico: acredito que algum nerd que trabalha numa startup deve estar neste momento desenvolvendo um programa para baixar espíritos, ou melhor, fazer um download espiritual, da mesma forma como hoje se baixa livros, financiado por alguma “venture capital” de olho nos altos lucros que o programa poderá trazer. Num futuro muito próximo o cidadão terá a sua disposição na Play Store um APP gratuito, na versão mais simples, que irá possibilitar a ele se conectar com os espíritos. 

Seguindo a tendência de outros programas, o aplicativo deverá oferecer opção para a seleção de idiomas, pois alguns espíritos falam alemão, inglês, russo e tupi guarani, ou então irá contar com tradução simultânea. Assim o internauta vai poder se comunicar sem intermediários reais, mas virtuais, com os entes queridos que se foram, evitando os longos e cansativos percursos nos engarrafamentos para se fazer o trajeto casa/centro espírita.

Sinceramente, não sei se estou preparado para absorver tantas novidades que a internet disponibiliza para o cidadão. Pode ser bom, mas acabei de sair da régua de cálculo e entrei na calculadora que faz as quatro operações e cálculos trigonométricos como seno e tangente o que, para mim, é o máximo. Agora estava me preparando para dar um grande salto tecnológico que é aprender a operar uma HP 12C financeira que foi lançada há trinta anos. Ou seja, em termos tecnológicos a minha cabeça ainda está no século XX, mais precisamente na década de 80.

A triste realidade é que me sinto como um pinguim sabe que é ave, tenta, mas não consegue voar. É frustrante. 

O Partido das Intenções Prontas

Adivinha quem é o culpado
Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro do PP Mario Negromonte, trabalhou durante três anos como old office boy para o doleiro Alberto Youssef. Segundo ele a sua função era entregar pesados envelopes para os políticos, tendo alegado que não desconfiava o que tinha dentro, nem nunca quis saber.

De acordo com Youssef, apenas dois políticos do PP não levavam jabá, o que significa que 95,5% dos senadores e deputados entraram no propinoduto. Isto fez com que obtivesse das agências de risco o grau Corruption Grade AAA, o que sinaliza que se for a uma reunião com os seus dirigentes, deve deixar a carteira em casa. O seu péssimo histórico é uma excelente justificativa para credenciar o PP como favorito, por mérito e produtividade, para ir para o Guinnes com o título de Partido mais corrupto da história da civilização ocidental. Talvez daí derive suas iniciais, mas colocaram Popular para disfarçar que o P era de propina. Pode-se dizer que o PP é o Partido das intenções prontas.

Por sua vez as empreiteiras dizem que são inocentes, que não corromperam e sim que foram “obrigadas” a pagar propina, e que os sucessivos termos aditivos que aumentavam as obras em até 800%, como é o caso da Refinaria Abreu Lima, não foi superfaturamento e sim decorrente da mudança de projeto, chuvas e das formigas pretas em extinção. Para mim está tudo bem explicado e justificado.

Já os operadores afirmam que atuavam honestamente como consultores sob a modalidade de taxa de sucesso e, incrível, eles sempre tinham.  


No final vão descobrir uma coisa que desconfio há muito tempo: o  grande culpado do alto nível de corrupção no país é, com certeza, o cidadão que teima em pagar impostos e votar mal.